quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A farsa do livre-arbítrio

Nós temos que acreditar no livre arbítrio. Nós não temos escolha. - Isaac Singer



Livre-arbítrio (ou livre-alvedrio) é a crença ou doutrina filosófica que defende que a pessoa tem o poder de escolher suas ações. Wikipédia

Um pouco de exercício de lógica é suficiente para concluirmos que não possuímos livre-arbítrio nenhum. Só para começar, responda:
  • Você escolheu nascer ?
  • Escolheu nascer homem ou mulher ?
  • Escolheu nascer branco ou negro ?
  • Escolheu sua família ?
  • etc.. etc...
Ainda acredita que tem total liberdade para fazer suas escolhas ? Nunca lhe ocorreu que o livre-arbítrio pode ser uma farsa ? pode simplesmente não passar de auto-ilusão que você utiliza para sua própria satisfação ?

Você pode possuir a ilusão de que está tomando decisões. Entra em um supermercado para comprar um suco, analisa os sabores e após muito pensar vai embora pra casa sem levar nada. Você poderia comprar ou não, mas decidiu por não comprar. Mesmo assim, não existe o livre-arbítrio.

Era certo que você não compraria nada. Seu cérebro estava em um estado químico particular quando a ocasião da compra chegou, e dada todas as combinações das circunstãncias (iluminação do mercado, cores das embalagens, o humor em que você estava) era certeza que decidiria por não comprar.

O problema do livre-arbítrio fica mais grave. Muitos acreditam que deus deu ao homem a possibilidade de decidir sua vida sem nenhum tipo de interferência, mas entre as características de deus encontramos onipotência, onipresença e onisciência ! Se ele sabe de tudo então ele já sabe quais decisões o homem vai tomar antes que ele as tome. O livre-arbítrio entraria em choque com a onisciência, e ambos não poderiam existir simultaneamente.

Um futuro pré-determinado seria terrível, uma vez que todas as tragédias e guerras já seriam do conhecimento de deus. Será que ele permitiria que tudo acontecesse antecipadamente ? Se a resposta for sim, então a suposta bondade de deus é colocada em dúvida. Se a resposta for não então ele não é onisciente, e sendo assim muitas doutrinas cristãs iriam por água abaixo. É impossível sair daqui.

Se as ações dos humanos podem ser previstas então elas poderiam ser evitadas quando chegassem ao ponto de serem muito prejudiciais. Não sendo evitandas resultariam em muito mal que faríamos a nós mesmos, e tudo estaria sendo permitido por deus.

Isso nos leva a outros questionamentos: que tipo de propósito "inteligente" poderia existir em permitir o sofrimento e a dor de milhares de pessoas ? Quem se dispor a procurar uma resposta lógica, plausível e racional nunca a encontrará.